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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

“Senhoras e senhores Benfiquistas, apertem os cintos, estamos agora a atravessar uma fase de grande turbulência e a aterragem pode ser extremamente dolorosa. Rezem!” Em vez do monocórdico grave do comandante Rui Costa, fechado no “toilette” a fumar às escondidas indiferente ao alarme estridente e aflitivo, ouve-se uma gravação automática, muitas vezes passada, que prepara os passageiros para o pior, ao mesmo tempo que a tripulação se relaxa em volta de um “matero” e (...)
Ao apoiar a futura presidência de Pedro Proença na Federação Portuguesa de Futebol, o Benfica assume a sua voluntária perda de influência nos centros de decisão. Não é uma novidade, pois esse processo vem evoluindo há cerca de trinta anos, desde a presidência de Manuel Damásio, mas ao alinhar com a glorificação do poder vigente, o Benfica capitula e entrega aos adversários a sua natural liderança política, que era, apesar de todas as vicissitudes, controvérsias e (...)
Ir a Atenas e não ver os Evzonoi é como ir a um jogo do Benfica e não ver o Pavlidis, mais a sua coreografia de perna alçada, chuteiras com berloque no lugar da mira e cara de quem está a fazer a coisa mais difícil e desengraçada do mundo, condicionado por um calção cheio de pregas que lhe tolhe os movimentos.Ir ao estádio da Luz e ver um jogo do Pavlidis transporta-nos, então, para a Praça Syntagma onde, a cada hora, vários soldados de “cintura formosa”, os Evzonoi, (...)
08 Dez, 2024

Fogo nas padarias

Se todos os treinadores do campeonato fossem padeiros, haveria no final um padeiro-campeão. Entre João Pereira, Bruno Lage e Vitor Bruno joga-se este ano a gloriosa corrida ao título do quanto mais cozido melhor, em que se tenta passar ao lado de todos os qualificativos profissionais, desde a falta de currículo à falta de carteira, nivelando por baixo em nome da convicção autoritária dos respectivos patrões, a contas com as linhas vermelhas de orçamentos limitados por uma (...)
Frederico “Willy Wonka” Varandas convenceu-se de ser detentor da fórmula secreta do treinador-chocolate, cujos sabor único e formas originais deliciavam os degustadores de futebol a cada volta ao Sol: “levanta-te e treina” seria o mote para o eterno sucesso desenvolvido e guardado na Academia como receita de doce conventual de lamber os beiços. A doçaria de Alcochete estava para milhões de sportinguistas inocentes e apaixonados como a fábrica de chocolate de Gene Wilder para (...)
  Um ex-jogador lisboeta, castiço, irreverente, provocador, excessivo, reaparece em público após anos de “preparação” na academia dos treinadores sem diploma como se lhe tivessem injectado o elixir da eterna quietude, paralisado, abúlico, de olhos vidrados pelo terror cénico de um estádio em polvorosa.O João Pereira que conhecíamos ficou na galeria das memórias e renasceu calmo, tranquilo e resignado, incapaz de liderar as pequenas revoluções que quase todos os jogos de (...)
Quando a informação futebolística começou a trocar os jornalistas por franco-atiradores de voz grossa, modos arruaceiros e total ausência de ética desportiva, destacou-se um médico com diagnósticos tóxicos sobre os adversários que mais dificuldades gástricas lhe causavam ao fim de semana. Coincidiram as doutas opiniões com a revelação para o mundo do futebol de um jovem argentino de nome estranho e talento esquisito, que veio a realizar uma das mais completas e bem sucedidas (...)
Talvez nenhum campeonato até hoje tenha sido tão influenciado por um jogador como o do 20.° título do Sporting.G de Gyökeres e de Golo é o factor que determinou a diferença, quer em relação à valia global da equipa, ajudando vários jogadores banais a ganharem volume em quantidade e em qualidade, fazendo subir vários níveis o plano colectivo, quer sobretudo em relação à concorrência, reduzindo à vulgaridade os diversos e bem dispendiosos homens-sem-golo contratados pelos (...)
A maior crítica que os comentadores franceses fizeram ao treinador Luís Enrique após a derrota do Paris SG em Dortmund foi não ter colocado em jogo no segundo tempo o avançado português Gonçalo Ramos, o mais valioso de todos os jogadores suplentes crónicos desta temporada. Na partida em que a equipa ficou em branco pela primeira vez - na única noite em que tal não “podia” acontecer.Diziam eles que a partida com o Borussia estava a pedir o sentido prático e objectivo do (...)
Alejandro Grimaldo deve ser o futebolista mais subvalorizado da atualidade. Ninguém se lembrará dele quando for feita a lista das Bolas de Ouro, mas poucos ou nenhum terá realizado uma época tão perfeita: decisivo em praticamente todos os jogos da caminhada invicta do Bayer Leverkusen, campeão da Alemanha pela primeira vez, finalista da Taça e provável finalista da Liga Europa.São 11 golos e 18 assistências, além de inúmeras oportunidades criadas, em 46 jogos - mas o mais (...)