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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

EFAB⚽LAÇÃO (44)

Nas horas que as televisões enchem como chouriços antes de começar um jogo importante de futebol, um pé de microfone ouviu uma “adepta” exemplar proclamar a sua motivação para a Supertaça: “vamos ganhar, somos o terror dos benfiquistas”. Ao fim de 40 anos de alienação através de uma política secessionista de obscurantismo desportivo, o ganhar “contra tudo e contra todos” que não passava de motivação para crescer acima do corpo perante adversários gigantescos, (...)
07 Jul, 2023

Trotski e o dragão

EFAB⚽LAÇÃO (39) Na iconografia bolchevique há um cartaz de 1918, por sinal, horrível, que reproduz a cena de São Jorge matando o dragão, mas com o revolucionário Leon Trotski montando o cavalo branco, embrulhado numa bandeira vermelha e lancetando sem piedade a criatura de má índole, simbólica da contra-revolução. Anos mais tarde, Trotsaki foi vítima de depuração pela propaganda estalinista, sendo apagado das fotografias do regime, mas não da História. Lembrei-me desta (...)
Sempre que Sérgio Conceição é expulso, lembro-me do famoso e simpático Rei dos Catalisadores. Neste momento, se as contas estão actualizadas, um vai para a 21.ª condenação pífia do Conselho de Disciplina da Federação e o outro acumula penas ridículas pelos tribunais às suas 140 acusações de furto. Ambos beneficiam há anos da dureza das leis e regulamentos para manterem os seus hábitos pitorescos, salvaguardadas as diferenças, e alimentarem uma aura de bons malandros que (...)
Na primavera de 1980, meses após a Revolução Iraniana, fui a Liège cobrir uma Taça dos Campeões Europeus de Corta-Mato, do Sporting de Moniz Pereira, com Lopes, Mamede e Aldegalega, e numa das noites saí com Luís Norton de Matos, um dos primeiros emigrantes do nosso futebol, que então jogava no Standard, e com o meu camarada de muitas reportagens João Alves da Costa, de “A Bola”.“Sabem quem é aquele ali?”, perguntou o Luís, apontando para um jovem de tez morena que (...)
O primeiro jogador de futebol que detestei, pelo que fez a Eusébio nos confrontos do Mundial de 1966 e da Taça dos Campeões, chamava-se Nobby Stiles: tinha perdido os incisivos num choque violento e jogava sem eles para acentuar o padrão de defesa carniceiro, um adjectivo aceitável na linguagem futebolística de há 50 anos. Na realidade, Stiles era muito bom, um dos 100 maiores da história do futebol inglês do século XX, e uma pessoa afectuosa, a quem Gary Lineker fez um (...)
Hoje começa a Liga portuguesa e, não tivesse eu preocupações profissionais com o dia a dia do futebol, diria que não tinha dado por isso. As redes da Liga Portugal divulgam um poster das camisolas à roda do patrocinador e perguntam qual é a preferida - estranha prioridade informativa. As primeiras páginas dos jornais, especializados e generalistas, ignoram totalmente ou apenas assinalam a agenda. O mercado e a vida de Bruno Fernandes estão por cima de tudo. Quem se queixa de (...)
Um tópico que faltou nas célebres comunicações em directo do Ministro de Informação de Sadam Hussein em plena Guerra do Golfo foi o chamado “fogo amigo” que causava as maiores baixas entre as forças da coligação agressora do Iraque. Encerrado no seu bunker de Bagdad, o homem não sabia o que se passava na frente das próprias tropas iraquianas, quanto mais nas hostes inimigas. Esta semana lembrei-me dessa falha irreparável do patusco Mohammed Saeed al-Sahhaf ao ver as (...)
Há décadas, instalou-se no FC Porto a ideia de que a definição de perigosos inimigos externos é excelente para reunir as tropas e ganhar “contra tudo e contra todos”. Quanto mais nos hostilizam, mais nos unimos - era a receita infalível que, acreditavam, fornecia aquele extra de energia necessária para chegar aos títulos. Começou no atavismo provinciano, a síndrome da ponte da Arrábida denunciada por Pedroto, prosseguiu no toque à insurreição, sob a bandeira da (...)
Não partilho do entusiasmo com que nos diversos programas televisivos diários dedicados ao Mercado de futebolistas se projecta invariavelmente os alvos estrangeiros dos principais clubes como grandes estrelas, do presente ou do futuro. Parto do princípio que se fossem tão bons como os pintam não vinham para Portugal. E a análise primária diz-nos que os mais jovens não têm experiência que assegure alto rendimento imediato e os mais velhos vêm em busca de relançamento das (...)
A ex-deputada europeia Ana Gomes não podia ter escolhido um momento mais oportuno para chamar a atenção sobre os negócios do futebol profissional, talvez a única indústria portuguesa com uma balança de pagamentos a ocupar, neste preciso momento, o primeiro lugar num ranking mundial, o das transferências de jogadores. O “cluster” do futebol, como lhe chamou Michael Porter há 20 anos, é a nossa actividade mais prestigiada, com selecções, clubes, jogadores, treinadores e (...)