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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

Ouvi ontem bramar violentamente contra a Federação, por prepotência, e contra a direcção do Sporting, por resignação, pelo facto de o jogo da equipa de José Peseiro em Portimão não ter sido adiado para hoje, para possibilitar mais um dia de descanso aos leões, exauridos pela deslocação à Ucrânia.

“Só fazem isto ao Sporting. Se o Benfica ou o Porto tivessem jogado na 5.ª feira, de certeza que não aceitariam voltar a jogar no domingo, como obrigaram o Sporting. E o Sporting, coitado, sem poder nem influência, teve de aceitar, acabando por ser goleado em Portimão” - era este o argumento.

Estou de acordo em teoria, mas há um senão nesta narrativa. Parece que a FIFA não autoriza que os clubes joguem hoje, primeiro dia do período reservado às selecções nacionais. Em toda a Europa hoje só há dois jogos de 1.ª divisão, um na Suécia, outro na Roménia, outro na Grécia, envolvendo clubes que não participam nas provas europeias. Portanto, todas as equipas que actuaram na quinta-feira também jogaram no domingo, com a excepção de uma, que adiou a jornada de campeonato.  Isto, sem esquecer a vantagem de que o Portimonense estaria a abrir mão, logo num jogo em casa com o direito de marcar dia e hora de acordo com os regulamentos.

A questão é pertinente: até que ponto as provas europeias prejudicam as prestações e os resultados das competições internas, até que ponto o chamado “vírus UEFA” pode conduzir a resultados negativos nas partidas seguintes? 

Das equipas que jogaram durante a semana na Champions e na Europa League, cerca de 40 por cento não ganharam no fim‑de‑semana (32 em 79), embora tenha havido muitos confrontos entre duas, como no Benfica-Porto, no Valencia-Barcelona ou no City-Liverpool. Se descontarmos estas partidas, a percentagem de insucesso baixa para 32%, em linha com o habitual em começo de época. Em novembro ou dezembro, esta percentagem costuma ultrapassar os 40%, às vezes até acima de metade.

Apenas um clube, por sinal do grupo do Sporting (Qarabag), optou por adiar a partida do campeonato depois de receber o Arsenal. O Vorskla perdeu em casa e o Arsenal goleou no “derby” com o Fulham, não acusando qualquer efeito da deslocação mais longa da semana. Mas a do Sporting terá sido a segunda mais longa…