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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

Um jornal online noticia que o arguido Paulo Gonçalves sugeriu ao presidente da Liga, na altura, Mário Figueiredo, dois nomes para desempenharem a função de delegados em determinado jogo do Benfica, a final da Taça da Liga de 2013-14.

Pela primeira vez, ao fim de triliões de emails, vejo chegar à frontpage da imprensa desportiva um caso concreto com eventual influência no decorrer de uma competição, ainda que sem correspondência a notícias de corrupção activa nem passiva. Ainda não é um árbitro comprado, ainda não existe denúncia de subornos aos indivíduos citados, mas dois delegados ao jogo já representam qualquer coisa de palpável a justificar um “inbestigue-se”.

Quando começo a ler a notícia parto do principio que a sugestão do ex-assessor jurídico do Benfica foi bem acolhida e que o escândalo ocorreu.

Estou admirado por não ser manchete da publicação, situando-se no scroll abaixo da expulsão de Cristiano Ronaldo, das negociações do Sporting com Gelson e Patrício e até de um protesto de um jogador de uma equipa sub-23 às parvoíces de Cristina Ferreira.

No segundo parágrafo, ainda leio informação significativa, quase diria comprometedora, sobre a resposta do presidente da Liga, da altura, a dizer que tomou a “devida nota” do pedido.

Salto a publicidade, carrego no botão “continuar a ler” e chego ao terceiro parágrafo, onde há um “refira-se que” a lembrar que os delegados realmente de serviço nesse jogo foram outros dois e nenhum dos sugeridos pelo ex-assessor benfiquista no seu email criminoso.

A sério?

Aqui ao lado, alguém me diz que Paulo Gonçalves comunicava por código e que os dois nomes que referiu não correspondiam aos próprios, mas sim aos que foram efectivamente nomeados pela Liga.

No entanto, o jornal omite este pormenor e acaba por passar a ideia contrária, de que na realidade a Liga escarnecia das sugestões do Benfica e que o “tomei a devida nota” do então presidente era também uma frase em código, correspondente a “Arquivo Geral”, vulgo lixo.

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