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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

O FC Porto acaba de realizar uma das melhores contratações do ano, do jovem defesa Éder Militão, do São Paulo, ao mesmo tempo que protagonizava dois negócios estranhíssimos com o Portimonense, envolvendo os também brasileiros Paulinho e Ewerton, contratados por milhões e depois recambiados como mercadoria desvalorizada. 

Como diria um antigo presidente de clube famoso pelo valor que dava ao escudo, um milhão é um milhão, mas há milhões e milhões. Os milhões de Militão têm valor facial. Os milhões de Paulinho e Ewerton têm valor ficcional.

É inexplicável que o mesmo scouting que aposta e consegue garantir um dos melhores jovens brasileiros da actualidade, actuando num campeonato distante, possa cometer tamanhos erros de avaliação de jogadores que estão entre nós e disputam o mesmo campeonato.

De Militão vamos ouvir muito no futuro. Com apenas 20 anos é considerado o melhor jogador do 2.º classificado do Brasileirão: forte, rápido, tecnicamente evoluído, versátil (central, lateral de ambos os lados ou médio centro) e, sobretudo, muito barato. O Porto paga ao São Paulo (4 milhões) praticamente metade do que aceitou dar ao Portimonense por Ewerton (7 milhões) ou Paulinho (5 milhões). Não consideramos nestas contas comparativas os valores distribuídos pelo “staff" do jogador (3 milhões) e pelo próprio Militão (3 milhões), decisivos para garantir o negócio, porque não temos forma de saber o que se cobra à margem desta intensa relação do Portimonense com o FC Porto.

Portanto, Militão foi extremamente barato porque queria tanto vir para o FC Porto e a Europa que recusou nos últimos meses um prémio de 4 milhões de euros para renovar com o São Paulo, e mantinha um desempenho excelente embora sendo o jogador titular mais mal pago do clube brasileiro.

E Ewerton e Paulinho seriam extremamente caros, atendendo a que nem um nem outro eram pretendidos por outros clubes grandes, nacionais ou estrangeiros.

O que estará realmente em jogo neste negócio com os algarvios, que desencadeou até a encenação de um episódio de indignação do presidente da SAD algarvia, compreender-se-á melhor dentro de meses, talvez no final da época.

A expectativa é que, por essa altura, Militão já esteja na seleção do Brasil e seja pretendido por grandes emblemas europeus, dando um lucro ao nível de Malcom ou Richarlison, cujos passes valorizaram dez vezes em apenas um ano. E onde estarão e quanto vão valer Paulinho e Ewerton?

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