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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

12 Dez, 2022

Ecce homo!

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CATARSES 2️⃣9️⃣

“Eu!”

Foi assim que um imortal e muito especial patriarca do jornalismo desportivo respondeu, num debate televisivo sobre o impasse em torno da escolha de um selecionador nacional, à pergunta que hoje também circula em todos os painéis mediáticos e mesas de café.

José Neves de Sousa fazia uma adaptação livre do célebre lavar de mãos de Pilatos, entregando o futuro de Cristo ao desvario fanático dos fiéis, pouco dados a reflexões, decisões rebuscadas e ideias fora da caixa.

“Ecce homo!”

Assim estamos agora, no limiar de um novo ciclo, com a FEMACOSA crucificada e atirada à cova escura “desfeita em vento” como o estro do Bocage, à procura de alguém que resgate o futebol da seleção nacional através da sabedoria, da experiência, da identidade, do prestígio global e do carisma sem igual, referência para portugueses e estrangeiros, “primus inter pares”, alguém que ponha os jogadores no sítio.

Alguém que se ache tão peculiar e resolvido que leve os outros a reconhecê-lo como “especial” - tão simples como isto.

Se esse homem existe - e existe - é o perfeito para a função.

“Tenho de dizer uma coisa: nós temos os melhores jogadores e, desculpem se posso parecer arrogante, também temos o melhor treinador. Sou campeão europeu, não sou mais do mesmo, penso que sou ‘o’ especial” - foi assim que se apresentou ao mundo em 2 de junho de 2004, talvez o maior compromisso, responsabilidade e desafio que alguém assumiu na história do futebol. 

Uma epifania que lhe marcou o destino para sempre, um discurso tão assertivo que podia ser proferido hoje mesmo, não em Londres, mas no Jamor.

Pela última vez me socorro da metáfora de Alcácer Quibir e da herança mourisca, porque vejo surgir das brumas da dúvida que ensombram a “Cidade do Futebol” os cabelos platinados e o alvo sorriso do Desejado, cidadão José, geneticamente Mourinho.

Agora que está na idade que um dia apontou como apropriada à função de selecionador, perguntem-lhe quem devia ser o escolhido porque ele dará, tem de dar, a resposta para dez milhões: 

“Eu, o Especial”.

 

FOTO CNN

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