Cintra mais 10
Com Sousa Cintra no papel de jogador-treinador, como nos bons tempos da velha guarda, o Sporting trabalha afanosa e incansavelmente na constituição do plantel para o jogo decisivo de dia 8 de Setembro.
O scouting não distingue berços, famílias, academias, turmas, contas bancárias, profissões ou grupos de pressão: os candidatos chovem de todo o lado. Algumas negociações estão complicadas, outras no segredo dos deuses, mas todos estão em cima da mesa, todos querem somar.
Neste momento, ainda longe do fecho do mercado, a equipa-tipo seria a seguinte:
> À baliza: João Benedito, com muita experiência do lugar, elástico e seguro, com vontade de agarrar tudo o que mexe e espírito de amor à camisola.
> Nas laterais: a prata da casa.
À direita, Bruno de Carvalho, canela até ao pescoço, sempre a fazer piscinas para baixo e para cima, às vezes meio perdido em campo e a arriscar castigos disciplinares pelas suas entradas a pés juntos.
À esquerda, Carlos Vieira, mais habilidoso e calculista, gosta de ficar atrás, avançando só pela certa.
> A centrais: bem instalados na vida, jogando de cadeirão, preocupados em não dar grandes fífias, Dias Ferreira, o veterano capitão esforçado, dedicado e devotado a muitas batalhas inglórias, e Fernando Pereira, o típico quarto defesa que não compromete, discreto, durão e trabalhador.
> A médio-centro: o próprio Sousa Cintra, à Jorge Perestrelo, com a sua barriguinha sempre a mostrar como se faz, recupera, prepara e distribui, e fala em todas as flash interviews e conferências de imprensa.
> A box-to-box: Madeira Rodrigues, jogador ambicioso, com tendência a dar passos maiores do que a perna e a pisar na bola.
> Médio polivalente: Frederico Varandas, capaz de jogar em várias posições, jogador com escola e muita experiência de campos de batalha.
> Avançado centro: José Maria Ricciardi, velha raposa da grande área, sempre à espreita de uma oportunidade para facturar. Ainda está a negociar o novo contrato.
> Nº 10 e estrela da companhia: Luís Figo, jogador de outro campeonato, com estatuto de dono da bola, cuja presença em campo acaba por ofuscar todos os companheiros.
> A ponta esquecida: Zeferino Boal.