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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

26 Jun, 2018

Banega e VAR nega

Não que as notícias da queda anunciada de Lionel Messi e da Argentina fossem exageradas, mas nunca se pode negligenciar o factor histórico. As grandes equipas contam muitas vezes com uma pequena vantagem que advém do seu passado e do respeito que inspiram aos adversários, aos árbitros e ao cenário das grandes batalhas.

E foi assim que a Argentina derrubou a Nigéria mais uma vez: cinco vitórias, 100 por cento de triunfos, naquele que é o confronto mais vezes realizado na história dos Mundiais; uma decisão arbitral contra a jurisprudência do campeonato; e um estádio transformado em barra brava com Maradona como chefe de claque. Impossível resistir.

Com o relógio a aproximar-se do fim, a Nigéria sofreu um ataque de ansiedade perante a a decisão do árbitro turco Çakir, uma velha peça, que pela primeira vez deu nega ao VAR num lance de possível pênalti. A mão de Rojo foi em tudo semelhante à de Cedric frente ao Irão e à de Poulsen no Dinamarca-Austrália, talvez até mais clara porque o argentino não estava pressionado por adversários, mas desta vez o árbitro contrariou o video-árbitro. Respeitou o protocolo, mas contrariou duas decisões anteriores, o que não abona a favor do VAR.

A Nigéria estava a fazer um jogo muito bom, desperdiçou duas oportunidades de fazer o 2-1, mas descompôs-se perante a última vaga argentina, que atacou com tudo: Aguero ao lado de Higuain, dois extremos, Lionel Messi por todo o lado e um defesa central, Rojo, a fazer o golo no centro da área. Curiosamente, há quatro anos, também tinha sido Rojo a marcar o golo da vitória da Argentina sobre a Nigéria, então por 3-2.

Com Sampaoli discreto, escondendo as tatuagens dentro de um fato de treino atafulhado até ao queixo, a Argentina regressou ao 4x3x3 e realizou o seu melhor jogo, apesar do sofrimento de todo a segunda parte. A diferença esteve na incorporação de Banega, que libertou Messi do fardo de carregar a equipa nas costas e ainda colocou o capitão na frente da baliza para finalmente, após 24 remates a seco desde esse jogo com a Nigéria em 2014, voltar a marcar num Mundial.