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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

16 Jun, 2018

Águias em blackout

O clichê do “perfume do futebol africano” faz cada vez menos sentido, como se observou neste último encontro de hoje, em que uma Nigéria, resignada e mal formatada a um modelo de jogo europeu, perdeu (0-2) sem remissão com uma Croácia adulta e focada na oportunidade de ganhar avanço e criar pressão sobre a Argentina, seu próximo adversário. As outrora Super Águias pareceram também afectadas pelo blackout total de energia eléctrica que paralisou o grande país africano desde ontem.
A irreverência do jogador africano, feita de dribles, piques, golpes surpreendentes e muita anarquia táctica, foi substituída por um modelo rígido, um ritmo baixo e muito medo de errar - total ausência de estratégia e identidade. Talvez faça sentido que jogadores que não vivem nem trabalham em África actuem como se fossem uma equipa europeia, mas neste contexto a Croácia tem melhores intérpretes e impôs-se sem dificuldade, apesar de os golos terem nascido em cantos e de não ter havido muitas ocasiões nem espectacularidade.
A Nigéria, que nunca tinha perdido um jogo de abertura com adversário europeu, entrou derrotada em campo. A lentidão dos movimentos foi exasperante, com aquele constante recuo dos médios para trocar a bola no meio dos defesas centrais - um dos clássicos sintomas das equipas que não sabem o que fazer com a posse.
A Croácia é a selecção de Modric, Rakitic e Perisic - muito bons, maduros e rigorosos, podem e devem chegar longe.