A triste despedida de Messi
A Argentina não devia ter participado neste Mundial. Apenas se qualificou à última hora graças a um estertor final de Lionel Messi, no derradeiro jogo com o Equador, mas nunca se percebeu a lógica do trabalho de Jorge Sampaoli, severamente posto em causa pelas goleadas sofridas nos jogos de preparação que se seguiram, com a Nigéria (curiosamente o próximo adversário no Mundial) e, especialmente, com a Espanha, em Março, por 1-6.
A despedida de Lionel Messi (tirando as possibilidades matemáticas ainda de pé), frente à super Croácia, foi penosa. Não há memória de um jogo em que Messi não tenha conseguido fazer um remate à baliza nem qualquer jogada de definição.
Foi mau de mais, por várias razões:
1 - a desarrumação de ideias, que levou o treinador a alterar o sistema tático do primeiro jogo, de quatro para três defesas, transmitindo a ideia de que chegou ao Mundial sem um plano consolidado.
2 - as ausências por lesão de última hora do guarda-redes Romero e do médio Lanzini, que agravaram os problemas de organização defensiva que já se conheciam dos últimos dois anos.
3 - a quantidade absurda de erros individuais, que culminaram na oferta do primeiro golo por Caballero, um guarda-redes sem nível de Mundial.
4 - a incapacidade de compatibilizar Messi com Dybala.
5 - a má forma de Higuain.
6 (mas não a menos importante) - a qualidade e determinação da Croácia, que apresentou melhores jogadores em todas as posições, com destaque para Modric, melhor n.º 10 da actualidade e autor de mais um golo fabuloso, acima de qualquer argentino, incluindo Messi.