À saúde de Di Maria
Quando a informação futebolística começou a trocar os jornalistas por franco-atiradores de voz grossa, modos arruaceiros e total ausência de ética desportiva, destacou-se um médico com diagnósticos tóxicos sobre os adversários que mais dificuldades gástricas lhe causavam ao fim de semana.
Coincidiram as doutas opiniões com a revelação para o mundo do futebol de um jovem argentino de nome estranho e talento esquisito, que veio a realizar uma das mais completas e bem sucedidas carreiras da história do futebol.
Angel Di Maria já mostrava em 2007, acabado de sagrar-se campeão mundial de sub-20, um talento incomum que acabou por lhe valer uma carreira de mais de 30 títulos (e ainda contando…), mas teve de superar diversas vezes os efeitos secundários das receitas mal amanhadas desses charlatães da comunicação, que lhe prescreviam urbi et orbi mezinhas psicológicas na tentativa de deitá-lo abaixo.
Quando fazia coisas boas era um “malabarista”, quando não lhe saíam bem era um “enganador”.
Di Maria foi campeão mundial, europeu e olímpico, ganhou campeonatos e taças em cinco países europeus. Mas sempre que o vejo, agora no ocaso da carreira, ainda cheio de saúde, brindo com um sorriso vingado ao clamoroso erro do diagnóstico precoce do tal médico doente: “não passa de um jogador de futebol de salão”.
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