Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos.
Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.
Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos.
Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.
Coisas que ainda não mudaram nos Jogos Olímpicos: os americanos dominam o Basquetebol, os chineses não brincam no Ténis de Mesa, os ingleses no Hipismo, os coreanos no Tiro com Arco.Mas há cada vez mais desafios, ameaças mesmo, à tradição das medalhas garantidas em resultado de apostas estruturadas que os principais países europeus e também a Austrália, o Brasil e o Canadá decidiram fazer em desportos mais adequados à morfologia e hábitos dos seus cidadãos.À mercê dos (...)
Numa novela dos bons tempos havia a figura de um comerciante extremamente ganancioso que fazia fortuna a fantasiar os efeitos milagrosos da morte do santo, numa árvore que despertava moribundos, e que acabou morrendo ele próprio sufocado no meio das suas medalhinhas quando o poético feitiço foi desfeito pela prosaica realidade.Era o Zé das Medalhas original que parece encarnar na figura dos portugueses desportivamente iletrados que, de quatro em quatro anos, encarnam a tal figura (...)
Há dois tipos de pessoas: os que adoraram a Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris; e os que não gostaram da confusão cultural em que se transformou o mundo desportivo pela influência da política socialmente correta, também conhecida como “woke”.Respeito os primeiros, mas identifico-me com o segundo grupo, por considerá-la decepcionante quando comparada com todas as que presenciei e de que me lembro, em mais de 50 anos.Esquecendo um Dionísio ridículo e um Apolo (...)
O campeonato da Liga contra o Cancro só se vence com uma boa táctica, disciplina, organização, técnicos de classe superior e o apelo à qualidade humana mais intrínseca que é a resiliência. O amor, atenção e incentivo de quem nos rodeia, os nossos adeptos mais fiéis, também dão uma enorme ajuda a manter um espírito optimista. Cheguei hoje ao fim da primeira época com uma vitória retumbante sobre dois adversários monstruosos, que tentaram apanhar-me de surpresa, mas sofr (...)
Talvez nenhum campeonato até hoje tenha sido tão influenciado por um jogador como o do 20.° título do Sporting.G de Gyökeres e de Golo é o factor que determinou a diferença, quer em relação à valia global da equipa, ajudando vários jogadores banais a ganharem volume em quantidade e em qualidade, fazendo subir vários níveis o plano colectivo, quer sobretudo em relação à concorrência, reduzindo à vulgaridade os diversos e bem dispendiosos homens-sem-golo contratados pelos (...)
A maior crítica que os comentadores franceses fizeram ao treinador Luís Enrique após a derrota do Paris SG em Dortmund foi não ter colocado em jogo no segundo tempo o avançado português Gonçalo Ramos, o mais valioso de todos os jogadores suplentes crónicos desta temporada. Na partida em que a equipa ficou em branco pela primeira vez - na única noite em que tal não “podia” acontecer.Diziam eles que a partida com o Borussia estava a pedir o sentido prático e objectivo do (...)
Alejandro Grimaldo deve ser o futebolista mais subvalorizado da atualidade. Ninguém se lembrará dele quando for feita a lista das Bolas de Ouro, mas poucos ou nenhum terá realizado uma época tão perfeita: decisivo em praticamente todos os jogos da caminhada invicta do Bayer Leverkusen, campeão da Alemanha pela primeira vez, finalista da Taça e provável finalista da Liga Europa.São 11 golos e 18 assistências, além de inúmeras oportunidades criadas, em 46 jogos - mas o mais (...)
És treinador do Sporting, gozas de enorme popularidade, estás a umas semanas de confirmar um expressivo título de campeão e decides fazer uma viagem inusitada para resolver assuntos pessoais, sendo fotografado no aeroporto e gerando perplexidade, contestação em surdina e dúvidas sobre o futuro da ligação, até então, idílica. O “vou ali a Londres, já venho” de Rúben Amorim é um “déjà vu” de uma novela que ditou o fim a curto prazo da intensa relação dos (...)
Pinto da Costa não me deixa saudades. Foi dos protagonistas mais detestáveis com quem me cruzei nestas quase cinco décadas de vida desportiva, conhecendo-o a metamorfosear-se de ninfa em percevejo, do afável e atencioso para o execrável e perigoso, ao mínimo sinal de discórdia. Foram 42 anos de hipocrisia e manipulação sustentadas por uma excelente capacidade competitiva que, em sucessivas regenerações desportivas de sucesso, colocaram o clube num patamar elevado, embora sem (...)
Faltar a energia na ficha do VAR no momento em que há um lance de possível penálti para analisar é como estar no meio da grande área e cair sem outra razão além de uma conveniente falta de forças nas pernas. Se parecia altamente improvável que pudessem cair ao mesmo tempo, o Taremi e o VAR, mais uma vez se provou que no futebol português, em determinados espaços e com determinados protagonistas, até o inverosímil pode ocorrer com a naturalidade de um raio que atinge duas (...)