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J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

J Q M

Fui jornalista, estive em todo o tipo de competições desportivas ao longo de mais de 30 anos e realizei o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. Agora, continuo a observar o Desporto e conto histórias.

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Um dos processos habituais de Pinto da Costa ao longo de mais 40 anos consistia em dividir ou, até, provocar hostilidade entre os dois rivais de Lisboa. A sua visão nos anos de brasa do começo do pontificado era a de “Lisboa a arder”.
Nesses tempos, a sagacidade bélica do ambicioso caudilho regional era muito elogiada e reconhecida como único método para ultrapassar o “centralismo” e conquistar o país e o mundo.
Contra João Rocha ao lado de Fernando Martins, condescendente com Sousa Cintra mas figadal com Gaspar Ramos, estranho a José Roquette e Dias da Cunha mas entranhado com Luís Filipe Vieira - o defunto presidente portista nunca suportou uma guerra simultânea com ambos os clubes.
A paradoxal “amizade” de circunstância com um dos “inimigos” funcionava como válvula de escape ao tremendo desgaste provocado pelos conflitos permanentes contra o poder da capital e pela progressiva conquista de influência a nível nacional.
É assim uma ironia das mais finas que tenha provocado no fim da vida uma união reactiva entre Benfica e Sporting, que ignoraram olimpicamente o seu óbito em observância de um sentimento generalizado das respetivas massas associativas e de adeptos.
Pinto da Costa não quereria ter Benfica e Sporting a chorar a sua morte, tal como não quis os seus adversários internos liderados “pelo Luís André” a carpir no velório.
E todos respeitaram a sua última vontade.